Por Silvana Scórsin
Diante da TV assistindo resgates impressionantes de uma das maiores enchentes do Rio de Janeiro, neste início de ano, com tempestades enfurecidas colocando abaixo casas, prédios, ruas, causando mortes e desabrigando centenas de famílias, me chamou a atenção um especialista em clima responder ao repórter que aquilo não se tratava de um episódio anormal da natureza e sim que, daqui para frente deveríamos considerar normais e cada vez mais constantes e mais violentas aquelas tempestades.
Anormal é não aceitar que o clima no planeta alterou, e alterou por vários motivos. Os estudos apontam diversas sinalizações, e entre elas, a de que a terra ainda esta saindo de um ciclo natural de 20 mil anos da era glacial, porém aceleradamente sendo aquecida pelas ações humanas pós- industrialização. Não necessariamente precisamos ser cientistas para chegar a conclusões sobre essas ações, visto que o desenvolvimento da indústria, a evolução e o desenvolvimento tecnológico tem sido verdadeiros agentes de nossas vidas diariamente, não muitas vezes, nos cabendo conhecer a parte de onde se inicia e termina esse ciclo produtivo de extração, manufaturas, industrialização, transporte e grande comércio mundial de interesses em transações de capital de cifras quase imensuráveis.
Esses interesses não resfriam o planeta, mas esfriam a humanidade. É preciso informar ao maior número de pessoas que os alertas sobre o que vem pela frente, caso os países não cumpram com o que se responsabilizaram na ultima Conferencia do Clima em Paris, ou seja, a diminuição das emissões de carbono na atmosfera, e particularmente no caso do Brasil, de 37% até 2025 e uma possível meta de 43% para 2030, resultem em aumento na temperatura além do previsto e, como conseqüência, as fúrias nada naturais tornarem-se mais freqüentes e desastrosas.
As mudanças climáticas são inevitáveis¿ Ainda com todo o cenário sócio Político atual, as decisões que emperram nas fronteiras ideológicas, culturais e principalmente de cunho desenvolvimentista, geram impactos e lapsos temporais importantes para que se tomem as devidas providencias nas melhores opções de reverter o mais rápido possível a situação.
Não é nada fácil, porém também requer que atuemos com gerência pro ativa e participativa na busca para que os líderes entendam a urgência, mirando nas conseqüências diárias em torno do planeta.
Temperaturas recordes de calor e frio causando mortes, o aumento da temperatura dos oceanos causando tornados e furacões de grande escala, incêndios de proporções alarmantes em vários pontos do planeta, humanos, fauna e flora sendo vítimas desses desastres, entre tantos outros problemas que o Meio Ambiente vem sofrendo em nome do desenvolvimento e do consumismo desenfreado. À favor, uma tímida, mas importante, “consciência mundial” sobre sustentabilidade, um consumidor se tornando cada vez mais “verde”; e também a alta tecnologia como ferramenta de grandes profissionais se especializando cada vez mais em pesquisas, investigações e contando com as mais potentes máquinas de aferição que visam encontrar saídas e respostas para evitar o avanço do pior dos cenários.
Estes profissionais: cientistas, engenheiros – florestais, ambientais, ambientalistas, meteorologista, biotécnicos ecologistas, geólogos, oceanógrafos, biólogos, engenheiros agrícolas, engenheiros de energia, zootecnista , veterinários, entre outros, possuem grande futuro em seus setores, caso venham a se especializar, a se dedicar aos estudos de desafios que aportam a todo o momento, um mercado que buscará um profissional multi-focado, bem preparado e proativo.
Porém, contra, temos os grandes grupos de indústrias que fomentam o consumo, que criam produtos com validade pré-determinado, explorando os recursos finitos do planeta com a leniência das autoridades e as estas colocando seus interesses de capital e poder acima do futuro das gerações.
Resta-nos caneta e papel, ou um teclado e meios que nos ajudem a divulgar e compartilhar nossos alertas e nossas preocupações com o futuro de nosso planeta. Seremos os profissionais tão importantes quanto, pois também teremos nas mãos a missão e as ferramentas e os meios para informar de forma clara, objetiva, imparcial e verdadeira, em um só objetivo: unir e tocar as trombetas que ajudem a evitar o pior à humanidade.